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Olá, pessoal! Aqui é o Thiago Oliveira, e hoje vamos abordar um tema de extrema importância que toca o coração de todo tutor: como saber se o seu cachorro está com dor.
Nossos amigos de quatro patas são mestres em esconder o desconforto. Essa é uma herança evolutiva, pois na natureza, demonstrar fraqueza é um convite para predadores. Por isso, a dor em cães raramente se manifesta como um grito óbvio; ela se esconde em mudanças sutis de comportamento e postura que, muitas vezes, passam despercebidas 1.
Como especialista em comportamento, eu sempre digo: o adestramento começa pela observação. Conhecer o repertório comportamental do seu cão em seu estado saudável é a sua maior ferramenta para identificar qualquer sinal de que algo não vai bem.
Neste guia completo, vamos desvendar a linguagem silenciosa da dor canina. Você aprenderá a reconhecer os sinais mais discretos, a diferenciar a dor aguda da crônica e, o mais importante, a agir rapidamente para garantir o bem-estar e a qualidade de vida do seu melhor amigo.
A dor é uma experiência universal, mas a forma como os cães a expressam é diferente da nossa. Eles não podem nos dizer “estou com dor de cabeça” ou “minha pata está doendo”.
A Dra. Márcia Cavaleiro, veterinária, explica que, na maioria das vezes, os cães ficam mais quietos, com menos apetite e respirando de forma diferente, mesmo sentindo muita dor 1.
O Desafio do Tutor:
As mudanças no comportamento são, geralmente, os primeiros e mais importantes indicadores de dor. Fique atento a qualquer desvio da rotina normal do seu cão.
A dor afeta o bem-estar geral do cão, refletindo-se em seu dia a dia:
A dor pode transformar o temperamento do cão. Um pet que sempre foi dócil pode manifestar agressividade repentina, especialmente quando tocado.
A lambedura compulsiva em uma área específica do corpo é um instinto do cão para tentar aliviar a dor ou cuidar de uma lesão 3.
Além do comportamento, a dor se manifesta na forma como o cão se move e se posiciona.
Preste atenção em como seu cão se levanta, anda e deita:
A dor também se reflete na face e na forma como o cão respira.
A dor pode ser localizada em diferentes partes do corpo, e cada local tem seus sinais específicos:
| Região Afetada | Sinais Comportamentais e Físicos |
| Articulações e Músculos | Mancar, rigidez, dificuldade para se levantar, relutância em brincar, lambedura da articulação. |
| Coluna e Costas | Postura curvada, espreguiçar excessivo, dor ao ser pego no colo, agressividade ao toque nas costas. |
| Ouvido | Balançar ou inclinar a cabeça de forma repetitiva, coçar as orelhas compulsivamente, secreção ou mau cheiro. |
| Boca e Dentes | Perda de apetite, dificuldade para mastigar, salivação excessiva, mau hálito, preferência por comida mole. |
| Abdômen | Rigidez ou agressividade ao tocar a região, vômito, diarreia, postura curvada. |
| Olhos | Ficar com os olhos mais fechados, secreção, vermelhidão, sensibilidade à luz. |
Na clínica veterinária, a avaliação da dor é feita de forma sistemática. Profissionais utilizam ferramentas como a Escala de Medida Composta de Dor de Glasgow (CMPS-SF) para quantificar a intensidade da dor, especialmente em casos pós-operatórios 1.
Essa escala avalia reações e sinais comportamentais em diferentes momentos (à distância, na interação e ao toque), ajudando o veterinário a adaptar o tratamento analgésico.
Ação Imediata:
Como adestrador, vejo a dor como um fator que desorganiza o comportamento. Um cão com dor não consegue aprender, fica reativo e pode desenvolver problemas comportamentais graves.
A obesidade é uma das maiores causas de dor crônica, pois sobrecarrega as articulações.
Um cão que aceita ser manuseado facilita a vida do tutor e do veterinário.
O tédio e a ansiedade podem levar a comportamentos destrutivos ou à lambedura excessiva, que pode ser confundida com dor.
•Estímulo Mental: Invista em brinquedos de enriquecimento e jogos de inteligência para manter a mente do seu cão ativa e reduzir o estresse [Link Interno: Guia Completo sobre Enriquecimento Ambiental].
Seu cão confia em você para ser sua voz e seu protetor. A dor é um sinal de que algo está errado, e ignorá-la ou tentar tratá-la por conta própria é um risco que não podemos correr.
Ao se tornar um observador atento e um tutor proativo, você garante que qualquer sinal de dor seja rapidamente identificado e tratado por um profissional. Lembre-se: um cão sem dor é um cão feliz, equilibrado e pronto para aprender.
Se você notou alguma mudança no comportamento do seu cão e suspeita de dor, não hesite. A saúde dele é a sua prioridade.
Sobre o Autor:
Thiago Oliveira é adestrador e educador canino, fundador da Escola Disciplina Dog. Com anos de experiência e uma abordagem focada no reforço positivo e no bem-estar animal, Thiago se dedica a transformar a relação entre cães e tutores, promovendo uma convivência harmoniosa e feliz.
Referências e Links Úteis:
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